BLOG QUE TRATA DE PSICANÁLISE

Um blog que diz de Freud, Lacan, Psicanálise, subjetividade, condição humana e outros assuntos afins, quase sempre muito interessantes...

domingo, 31 de março de 2013

ESTRANHO


MICROCONTO DE CONSULTÓRIO

Duas analisandas se encontram na sala de espera, uma saindo apressada e outra entrando ansiosa. Uma que se julgava oferecida demais e outra que se julgava pudica demais. Olharam-se, miraram-se e, quando os olhares se fixaram, algo de estranho surgiu, uma sensação de algo estranhamente familiar, quase um déjà vu.

LARS

sábado, 30 de março de 2013

OBJETO


MICROCONTO DE CONSULTÓRIO

Mulher bonita, e muito atraente, vivia se queixando ao analista de que os homens só querem comê-la, portanto são todos iguais. Ouve de chofre: - De que fome se trata então? Sem tempo de responder, uma música dos Titãs começa a ecoar em sua cabeça: “A gente não quer só comida...”.

LARS

MEDO


MICROCONTO DE CONSULTÓRIO

Ao dizer do medo que sentia quando precisava falar em público na empresa, ouve do analista que não era bem “o público” especificamente o problema, mas algo dentro dele, em termos metafóricos. Passou então a dar mais valor ao público interno.

LARS

CAPTURA


MICROCONTO DE CONSULTÓRIO

Sempre se perguntou por que escolhia saias tão curtas nos dias de suas sessões, pois ficava insistentemente esticando-as no divã, ainda que no fundo soubesse que o analista não podia ver nada do que escondia, devido ao lugar que ocupava...

LARS

CÚMPLICE


MICROCONTO DE CONSULTÓRIO

Foi ao analista esperando encontrar um cúmplice e acabou se defrontando com uma surpresa, uma proposta para matar, destruir e enterrar outras coisas...

LARS

SOBRE A IDEIA DOS MICROCONTOS


Acabei topando com algo que me intrigou, os microcontos, que me pareceu muito similar, quase análogo ao que ocorre no consultório de Psicánalise. Experimentarei criar nesse campo, mas antes "copiarei e colarei" uma boa definição que encontr...ei no blog http://chapeleiro--louco.blogspot.com.br/2010/02/microcontos.html:

"Miniconto, ou microconto, ou nanoconto, é uma espécie de conto muito pequeno. Embora a teoria literária ainda não reconheça o miniconto como um gênero literário à parte. No miniconto muito mais importante que mostrar é sugerir, deixando ao leitor a tarefa de "preencher" as elipses narrativas e entender a história por trás da história escrita.


O guatemalteco Augusto Monterroso é apontado como autor do mais famoso miniconto, escrito com apenas trinta e sete letras:


Quando acordou o dinossauro ainda estava lá.


Assim como o americano Ernest Hemingway é autor de outro famoso miniconto. Com apenas vinte e seis letras, mas por trás das quais há toda uma história de tragédia familiar:


Vende-se: sapatos de bebê, sem uso.



Uma das definições de microconto estabelece o limite de 150 caracteres (contando letras, espaços e pontuação) para permitir o seu envio através de mensagens SMS, evidenciando uma das características do microtexto, que é sua ligação com as novas tecnologias de informação e comunicação."

domingo, 24 de março de 2013

TESE E DISSERTAÇÃO DISPONÍVEIS ELETRÔNICAMENTE

Tenho minha dissertação de mestrado e minha tese de doutorado publicadas e disponibilizadas virtualmente pelo banco de teses da USP, aliás, um ótimo site com uma imensa quantidade de material interessante, bastando apenas clicar nas palavras chaves, pois o buscador de fato funciona muito bem.
Minha dissertação se chama "Psicanálise: uma inspira(ação) para a psicologia escolar?" e pode ser acessada pelo link: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-30112009-161320/pt-br.php
Já minha tese se chama "O trabalho do psicanalista: das dificuldades da prática aos riscos do narcisismo profissional"e pode ser acessada pelo link: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-31082011-152735/pt-br.php

Algumas informações sobre ambas:


TESE DE DOUTORADO
O trabalho do psicanalista: das dificuldades da prática aos riscos do narcisismo profissional
Palavras-chave em português
Clínica psicanalítica
Narcisismo
Psicanálise
Psicanalistas
Trabalho
Resumo em português
Este estudo aborda o trabalho do psicanalista, tomando como vértice de investigação as dificuldades que esses profissionais atravessam na sua prática clínica cotidiana. Nesse contexto, mudanças no perfil dos pacientes, crises de demanda frente ao incremento da concorrência com psicofármacos e psicoterapias diversas, significativas exigências da formação, estabelecimento de laços com outros analistas e vicissitudes na relação com a família podem ser considerados índices do mal-estar do psicanalista frente ao ato de psicanalisar nos dias atuais. Tendo por objetivo, então, aprofundar o olhar sobre as dificuldades da profissão impossível sublinhada por Freud, toma como guia para seu percurso metodológico um conceito central intitulado narcisismo profissional, forjado a partir da concepção de narcisismo proposta por Freud e desenvolvida por Lacan. Investiga por meio de recortes específicos três autores, Freud, Ferenczi e Lacan. Em Freud, prioriza as dificuldades ligadas ao manejo da transferência e às exigências do próprio analista frente ao seu fazer. Quanto a Ferenczi, evidencia os percalços desse psicanalista nas questões do tempo e do dinheiro, especialmente no que relata por meio da correspondência trocada com Freud. No que diz respeito a Lacan, prioriza o depoimento e os testemunhos de quem com ele conviveu, apontando as múltiplas formas de identificação geradas e o advento do lacanismo, que faz surgir um novo tipo de psicanalista, que toma como missão defender a verdadeira psicanálise no mundo, a partir do retorno a Freud empreendido por Lacan. O estudo problematiza as formas de enfrentamento das dificuldades apontadas: o tratamento possível pela análise pessoal dos psicanalistas, a construção de novos laços entre os participantes do campo, o envolvimento com a leitura e o estudo diligente de autores de dentro e de fora da Psicanálise, e com a escrita, tomada como uma forma de elaboração do psicanalista em relação aos impasses da clínica. Conclui-se que cada psicanalista necessita ressignificar sua atividade, o que inclui o constante exercício de des-idealização de diversos aspectos inerentes à profissão, e o cuidado com sua oferta na Cultura, com a difusão da Psicanálise, além de uma nova tomada de posição frente à formação geral e específica.
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Psicanálise: uma inspira-ação para a psicologia escolar?
Palavras-chave em português
Atuação do psicólogo
Formação do psicólogo
Psicanálise e educação
Psicologia escolar
Resumo em português
Investiga a possibilidade de uma inspiração pelo referencial psicanalítico na prática do psicólogo escolar. Parte da narrativa e problematização de uma intervenção realizada entre os anos de 1996 e 1997, junto a um grupo de 10 professores de primeiro grau em uma escola pública. Em 2002, retorna a essa unidade escolar e efetua pesquisa com os professores que participaram da experiência, fazendo uso de entrevistas abertas. Por meio desses testemunhos, analisa as conseqüências desse modelo de intervenção, a viabilidade dessa inspiração pelo referencial psicanalítico e a amplitude da possibilidade da extensão dos conceitos psicanalíticos na Cultura. Conclui, com base nos dados obtidos, articulando-os com a sustentação teórica dos pesquisadores do campo da intersecção entre psicanálise e educação, que a experiência possibilitou desvelar aspectos que devem ser tomados como objeto de reflexão: a formação do psicólogo para além da repetição de técnicas; a possível relação do psicólogo com a psicanálise, as implicações da transmissão dessa teoria na graduação de psicologia e as questões subjetivas de cada psicólogo que podem estar ligadas às suas escolhas. Por fim, sugere alterações na forma de transmissão de saber que ocorre nos cursos de psicologia.