Assim,
as resistências mais fortes ligadas à Psicanálise não foram de tipo
intelectual, mas surgiram de fontes emocionais. Isso explicava tanto seu
caráter apaixonado quanto sua escassez de lógica. A situação obedecia a uma
fórmula simples: os homens e a massa se comportavam para com a Psicanálise
exatamente do mesmo modo que os neuróticos em particular, em tratamento perante
seus distúrbios. No entanto, através do trabalho paciente é possível convencer
esses últimos indivíduos de que tudo aconteceu como sustentamos: nós próprios
não o inventamos, chegamos a isso a partir de um estudo de outros neuróticos
abrangendo um período de vinte ou trinta anos. A posição era ao mesmo tempo
alarmante e consoladora; alarmante porque não era pouca coisa ter por paciente
toda a raça humana, e consoladora porque no fim das contas, tudo estava se
realizando como as hipóteses da psicanálise declaravam estar fadado a
acontecer. [...] Dificuldades puramente
externas também contribuíram para fortalecer a resistência à Psicanálise. Não é
fácil obter um juízo independente sobre questões envolvidas com a análise sem a
termos experimentado em outrem. (p. 274)
In:
AS RESISTÊNCIAS À PSICANÁLISE (1925)
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